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ARTIGO | Gestão de Pessoas


GESTÃO DE PESSOAS 
Por Valeska Pestana Rezende 


RESUMO 

O objetivo deste texto é contextualizar alguns conceitos utilizados na gestão de pessoas 
e analisar a responsabilidade de empresas, gestores e colaboradores no desenvolvimento de 
habilidades essenciais para a construção de equipes de sucesso. 
Palavras-chave: Desenvolvimento, capacitação, motivação, autoconhecimento, gestão 
de pessoas. 

GESTÃO DE PESSOAS

Quando se fala em gestão de pessoas em projetos, imediatamente vem à mente que o 
sucesso do projeto depende destas pessoas, assim a responsabilidade do gestor duplica, pois se 
faz necessário formar equipe altamente qualificada, eficiente, eficaz, comprometida e focada no 
sucesso do negócio. Em contrapartida, a responsabilidade depositada nos profissionais é grande, 
afinal falhas técnicas ou até mesmo de comportamento podem significar fracasso. 
Ricardo Vargas (2003), no seu livro Gerenciamento de Projetos, reafirma este 
posicionamento. Segundo o autor, no passado a maioria dos projetos se preocupava unicamente 
com aspectos técnicos e os aspectos humanos foram relegados a segundo plano. Agora eles são o 
foco dos principais estudos e trabalhos na área. O sucesso ou fracasso do projeto depende 
diretamente do gerenciamento dos recursos humanos. Conforme Galbraith, duas premissas 
asseguram esta afirmativa: 1- Pessoas influenciam o sucesso ou o fracasso do projeto; 2- os 
problemas do projeto somente podem ser resolvidos por pessoas. Os recursos humanos são 
necessários em vários níveis de especialidade e experiência, dependendo da natureza do trabalho 
a ser realizado, do nível de maturidade do time do projeto e das restrições internas e externas. 
Neste contexto de responsabilidade mútua da performance profissional, alguns aspectos 
devem ser considerados no planejamento da gestão de pessoas, no que se refere às exigências 
técnicas e também às exigências comportamentais essenciais para que o desenvolvimento e 
alcance do objetivo aconteçam de forma satisfatória. Estes aspectos envolvem conceitos da 
administração moderna, onde empresas e gestores se responsabilizam por fornecer e prezar por 
um ambiente em constante desenvolvimento, planejamento e investimento no seu capital 
humano, da mesma forma os talentosos profissionais sentem a necessidade de autoconhecimento 
e desenvolvimento pessoal e profissional constante.
De acordo com Tachizawa (2001), o modelo de gestão da organização tenderá a pautarse por valores, e não por regras e papéis, enfatizando-se o aprendizado e o aperfeiçoamento 
contínuos. No que se refere a pessoas e talentos, há que se levar em conta certas novidades como 
autocontrole, automotivação e constante capacitação interna num ambiente onde os postos de 
trabalho estão em permanente redefinição. 
Tendo em vista que um dos aspectos mais citados no que se refere à gestão de pessoas é 
justamente o conceito de desenvolvimento e capacitação, há que se dizer que o que se espera efetivamente de empregador e empregado é a aprendizagem contínua. Os profissionais buscam 
atualização constante para se manterem atrativos para o mercado de trabalho e ainda para que a 
organização na qual estão vinculados se interesse em manter sua competência. No entanto, 
profissionais mais qualificados exigem de seus empregadores ambiente e estrutura de trabalho 
mais desafiadores e que possibilitem crescimento profissional. 
O processo de aprendizagem não se baseia meramente na participação em palestras, 
cursos, treinamentos, etc.; afinal, a participação não é garantia de conhecimento adquirido. Para 
Denize Rodrigues (2003), a aprendizagem é fruto da prática. Só se aprende aquilo que se 
praticou, logo não basta memorizar conceitos, é fundamental aplicá-los para que haja aquisição 
do conhecimento. 
Neste sentido, o gestor seja ele um gerente operacional ou gerente de projeto deve ter 
muito bem planejado o investimento que fará em capacitação para seus colaboradores, afinal de 
nada adiantará treinar os recursos se os mesmos não poderão atuar e praticar os conceitos 
adquiridos. 
Há de se considerar a importância de alocar as pessoas certas nos lugares certos, 
fazendo a gestão do conhecimento de cada membro da equipe e ganhando em qualidade e 
produtividade nas atividades desenvolvidas pelos mesmos. 
Outra preocupação que os gestores devem ter é de que no ímpeto de fazerem de seu 
grupo uma equipe de alta performance, acabam lançando as pessoas a própria sorte sem 
preocupação de dar-lhes uma diretriz, um posicionamento sobre o andamento do projeto ou do 
negócio ou ainda de um alinhamento do que se espera destas pessoas. 
Para Aguinaldo Néri (1999), a gestão de pessoas concentrou-se no modelo explícito de 
“resultado=oportunidade”, em que o resultado alcançado pelas pessoas em prol da empresa 
traduz-se em oportunidade que a empresa lhes oferece. Dessa maneira, a empresa deve explicitarlhes, claramente e sem pruridos, seus desejos de resultados, e esses resultados, uma vez 
alcançados, é que suportarão o oferecimento de oportunidades financeiras, sociais e psicológicas 
aos funcionários. Neste modelo de gestão, são importantes e fundamentais as respostas da 
empresa às seguintes questões: O que se espera de mim? Quais são os produtos que devo 
apresentar? Como estou indo? O que preciso mudar, como e para quê? 
Em muitos casos acaba se perdendo profissionais altamente produtivos e qualificados 
por falta de comunicação adequada e de percepção da maturidade da equipe e de seus membros individualmente. Esta prática é um tanto comum em organizações, com o objetivo de utilizar ao 
máximo os recursos humanos disponíveis, acabam exigindo além do que aquele profissional está 
preparado para oferecer. A resposta muitas vezes é colaboradores desmotivados, com autoestima 
abalada por não conseguirem atender às expectativas, com isso em alguns casos a situação se 
torna tão insustentável que os pedidos de demissão se tornam inevitáveis, perde o profissional 
que sai com imagem abalada de sua competência, e perde a empresa em capital intelectual. 
Outro aspecto bastante debatido quando se fala em gestão de pessoas é a motivação, 
mas o que vem a ser motivação? Para Denize Ferreira Rodrigues (2003), motivação significa 
motivo para a ação. Assim, são as emoções que impulsionam as pessoas em direção a suas metas 
e que também influenciam a sua maneira de perceber os fatos. 
Muito se ouve falar em motivação no ambiente organizacional, manter os funcionários 
motivados se tornou uma missão quase que diária para muitos gestores. Qual é o funcionário que 
não gosta de receber um elogio no que se refere ao seu desempenho no trabalho? Uma 
promoção? Prêmios?, mas na verdade estes são fatores de estímulo e não de motivação. 
É comum ouvir nas empresas a expressão: “Preciso manter meus funcionários 
motivados”, fazendo uma análise, percebe-se que esta frase é um tanto quanto externa, ou seja, 
uma outra pessoa é responsável por fazer um grupo se sentir satisfeito, entusiasmado, gostar do 
que faz, isto não existe, ninguém pode nos motivar para ação alguma, cada pessoa é responsável 
pela sua automotivação. 
A automotivação é possível quando o indivíduo se conhece, quando acha o que faz 
sentido para si, quando descobre quais são suas necessidades e desejos. 
Os profissionais primeiramente devem se convencer de que estar motivado só depende 
de cada um, outras pessoas podem servir de exemplo e dar algum estímulo, mas a motivação está 
dentro de si. Definir metas, ir em busca do seu objetivo determinando as estratégias para alcançá-
lo e assim que conseguir estabelecer um outro é fundamental. A iniciativa de tomar a atitude tem 
que vir de cada pessoa. É preciso se sentir bem com as pessoas que o cercam, por isso mais uma 
habilidade se torna essencial, justamente a de saber trabalhar em equipe e aceitar e saber conviver 
com as diferenças entre os seres humanos. 
A motivação é uma busca constante, exige muita reflexão, avaliação do ambiente, mas 
acima de tudo autoconhecimento, não há como exigir que os gestores ou mesmo a empresa sejam 
capazes de saber o que faz o empregado se sentir satisfeito e entusiasmado. Embora a responsabilidade máxima de estar motivado é individual e intransferível, os 
líderes não podem deixar de enxergar sua equipe no âmbito pessoal, afinal um profissional 
desmotivado e sem entusiasmo para o trabalho tende ao fracasso e pode vir a contaminar 
negativamente a equipe. No contexto de projetos onde as pessoas são peças chaves para o 
andamento dos mesmos, não há como sustentar por muito tempo um profissional que não se 
mantém na mesma dinâmica da equipe. Por outro lado, o gestor tem que ter expertise para 
verificar a hora certa de lançar desafios, de incluir ou até mesmo alterar tarefas com a finalidade 
de estimular os colaboradores, mantendo um processo de troca entre empresa e empregado, ou 
entre gestor e colaborador. 
Os conceitos aqui desenvolvidos não podem ser entendidos isoladamente, o profissional 
que todo gestor sonha em ter como integrante de sua equipe une as habilidades teóricas e de 
comportamento, a teoria se resolve com efetivo aprendizado e atuação, mas o comportamento só 
pode ser trabalhado mediante conhecimento dos mesmos, ou seja, autoconhecimento ou 
autopercepção. 
O autoconhecimento não é um processo muito simples, as pessoas não estão 
acostumadas a entrar em contato com suas emoções, identificar os sentimentos e controlá-los, 
quanto mais a reconhecer as emoções no outro. 
Em seu livro Inteligência Emocional, Daniel Goleman (2007) mapeia a inteligência 
emocional em cinco áreas: autoconhecimento, controle emocional, automotivação, empatia e 
habilidade em relacionamentos interpessoais. O autoconhecimento permite que a pessoa 
reconheça um sentimento quando ele ocorre e saiba lidar com ele, adequando-os para a situação. 
A automotivação permite dirigir as emoções em prol do alcance, com determinação, de um 
objetivo. A empatia é a habilidade de reconhecer as necessidades e desejos dos outros, facilitando 
o relacionamento interpessoal e a habilidade em relacionamentos interpessoais, como o próprio 
nome diz, é a arte de gerenciar sentimentos em outros, é a base de sustentação de popularidade, 
liderança e eficiência interpessoal. 
O profissional que consegue entender e administrar suas emoções, além de reconhecer e 
entender as emoções no outro se posiciona e administra as situações de desafio, de cobrança e 
principalmente de mudanças, que com frequência ocorrem no ambiente empresarial e ainda mais 
no contexto de projetos, de forma mais madura, controlando os comportamentos mais explosivos 
e intempestivos, além de formar relacionamentos mais sólidos, sabendo se posicionar em situações de conflito. O desenvolvimento das habilidades de autoconhecimento, automotivação, 
empatia e relacionamento interpessoal só dependem do interesse de cada pessoa em progredir na 
sua forma de interagir com o todo, ou seja, da pessoa com ela mesma e da pessoa com os outros 
que o cercam. 
Por meio dos conceitos explorados neste texto, pode-se perceber o quão complexa é a 
gestão de pessoas, nem colaborador e nem empregador conseguem nada sozinhos, tem que haver 
cumplicidade e comprometimento de ambas as partes para que se tenha uma equipe de alta 
performance. 
Trazendo para o contexto de projetos, onde Ricardo Vargas (2003) coloca que para 
estimular o sucesso do projeto, várias ações podem ser tomadas pelo gerente de projeto e seu time 
nos âmbitos técnicos, organizacional e até mesmo comportamental. Essas ações, entre outras, 
incluem: 1- Selecionar corretamente os membros-chave do time do projeto; 2- desenvolver um 
senso de comprometimento em toda a equipe. 
Analisando estas duas ações e reportando ao dinamismo presente nos projetos e às 
principais restrições de tempo e de orçamento é que se pode dizer que o papel do gerente de 
projetos na atividade de recrutar, selecionar talentos e posteriormente gestionar a equipe é árdua, 
afinal o gestor precisa contar com pessoas qualificadas, motivadas, alinhadas com os valores da 
organização, comprometidas com os objetivos do projeto, que saibam lidar com suas emoções, 
com as emoções dos outros e saibam trabalhar num ambiente de diversidade. 
 Parece uma postura um tanto exigente por parte das empresas que o colaborador some 
todas estas habilidades, mas realmente não há mais espaço no mercado de trabalho para os 
profissionais acomodados, que ficam esperando as promoções caírem do céu, o reconhecimento 
com base no trabalho rotineiro, a postura incansável de que a empresa tem que oferecer sempre 
mais e mais. 
Tendo em vista que o sucesso dos empreendimentos depende das pessoas, as empresas 
não podem deixar de exigir do profissional atualização do seu conhecimento técnico, 
comprometimento com o seu trabalho, busca constante de objetivos pessoais e profissionais, 
proatividade e, talvez o mais importante, que o profissional goste do que faz. Em contrapartida, 
as empresas não estão isentas de suas responsabilidades, ninguém trabalha de graça, sem 
reconhecimento, sem ambiente adequado, sem diretriz, sem liderança e principalmente sem ser 
tratado como pessoa. 



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão com Pessoas: Uma abordagem aplicada às estratégias 
de negócios / Takeshy Tachizana, Victor Cláudio Paradela Ferreira e Antonio Alfredo Mello 
Fortuna. – 2ª Edição – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001. 
GOLEMAN, Daniel, ph.D. Inteligência Emocional: por que ela pode ser mais 
importante que o QI. 10.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 
RODRIGUES, Denize Ferreira. Aspectos comportamentais da gestão de pessoas/ 
Denize Ferreira Rodrigues, Maria Elizabeth Pupe Johann, Neisa Maria Martins da Cunha; 
Ivanildo Izaias de Macedo, coordenador.- Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. 
VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais 
competitivos/ Ricardo Viana Vargas.- 5.ed.- Rio de Janeiro: Brasport, 2003. 
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