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Dia Mundia do Livro | História


Dia Mundial do Livro: As Histórias São Boas, Mas a Data é Falsa

Várias personalidades recomendam um livro que as marcou. Tome nota



Celebrado a 23 de abril por decisão da Unesco, o Dia Mundial do Livro (e do Direito de Autor) parte, por um acaso feliz, de um pressuposto ficcionado: o de que a data coincide com o falecimento de dois dos maiores nomes da história da literatura. Na verdade, um, Miguel de Cervantes, terá morrido um dia antes. E outro, William Shakespeare, morreu a 3 de maio, segundo o calendário gregoriano. 

Pouco importa: a relação com os livros serve também para demonstrar que todas as verdades absolutas podem ganhar elasticidade num dado momento. E a efeméride pode ainda servir para desmontar o mito de que a relação com os livros tem de ser solene, respeitadora e proveitosa, quando pode, e deve, ser impulsiva, cúmplice e afetiva.

A ideia é reforçada pelo vasto leque de escolhas de personalidades das mais diversas áreas, que aceitaram responder ao desafio do tvi24.iol.pt e recomendar um livro para o Dia do Livro. 

Veja os títulos escolhidos pelos nossos convidados

Há quem procure referências antigas, como a escritora e ex-ministra da Educação, Isabel Alçada, que recorda «a alegria de sentir que era capaz de ler um livro com capítulos». O mesmo raciocínio é seguido pelo ex-futebolista e treinador de futebol, Rui Jorge, que lembra o «impacto» dos títulos lidos numa fase formadora para se fixar num objeto da infância. Ou ainda pelo realizador Jorge Paixão da Costa, que a propósito de infância recomenda «um título para todos os filhos únicos», como ele próprio.

Outro mito a desfazer com urgência: o de que os clássicos são chatos. Que o digam o escritor Manuel Jorge Marmelo ou o crítico, cronista e professor de comunicação, Miguel Somsen, que escolhem títulos com alguns séculos de maturação. Nem por isso deixam de considerá-los atuais, relevantes e, ainda por cima, divertidos. Mais radical ainda, o produtor de cinema Paulo Branco deixa o título de um clássico entre clássicos, sintetizando assim a sua importância: «Toda a literatura está ali. Depois dele só nos repetimos». 

Quase a mesma ideia é retomada pela eurodeputada Edite Estrela, que opta por um clássico português em verso: «a obra completa por excelência. Está lá tudo e nada lá falta». A poesia portuguesa também é representada pelo título de Judite de Sousa, subdiretora de informação da TVI, que escolheu para este dia uma colectânea de «poesia inspiradora, saída das entranhas de um homem que escreveu sobre as coisas simples da vida».

Ficção portuguesa contemporânea? Está boa e recomenda-se. Pelo menos, recomendam-na o escritor, ilustrador, realizador e músico Afonso Cruz, que refere um livro à imagem da sua autora, «cheio de perguntas, pensamentos, imaginação». Já o cartunista e autor de ficção Luís Afonso sublinha que foi a «força emocional» da trama a justificar a sua escolha. 

A crónica de viagens «de um dos maiores aventureiros do século XX» é a escolha de José Alberto Carvalho, diretor de informação da TVI. O jornalista Sousa Martins opta por um registo de atualidade, recomendando um livro de crónicas recém-chegado às bancas. Porquê? Porque o considera «um bom SPA para reflexões sobre as coisas da vida». 

O registo da autobiografia, é o escolhido pelo comentador do Maisfutebol, Pedro Barbosa, que optou por um título com um significado pessoal acrescido. E outro comentador do Maisfutebol, o diretor da Rádio Comercial Pedro Ribeiro, escolhe um título europeu de ficção que define como «uma bela reflexão sobre o peso da palavra amizade e o que fazemos dela».

O físico e ensaísta Carlos Fiolhais optou por defender um clássico da sua área de especialização, um livro sobre «sobre tudo o que existiu, existe ou existirá» e que nos diz que «o destino do homem é o conhecimento». Pragmático, tal como a sua imagem pública, o selecionador nacional Paulo Bento escolheu um livro com ideias de gestão aplicadas às equipas de futebol.

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