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Comparação: Censo do Brasil em 140 Anos


Saiba o que mudou no Censo no Brasil em 140 anos

IBGE divulga, em 2010, seu oitavo censo, o décimo segundo do país.
Computador de mão foi usado para aplicar questionário pela primeira vez.


Nathália DuarteDo G1, em São Paulo
Recenseadores devem visitar os 58 milhões de domicílios brasileirosRecenseadores devem visitar os 58 milhões de
domicílios brasileiros (Foto: Licia Rubinstein/IBGE)
Em quase 140 anos de Censos no Brasil, muita coisa mudou no principal levantamento sobre a população do país, a começar pelo próprio número de brasileiros, que passou de 10.112.061, em 1872, para 169.799.170, em 2000. Os questionários, inicialmente impressos e respondidos em papel, hoje são eletrônicos, aplicados por meio de um computador de mão e podem ainda ser respondidos pela internet.
Houve mudanças também no conteúdo das perguntas. Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai tratar, em 2010, de temas como etnias e línguas faladas em comunidades indígenas, arranjo familiar de cônjuges do mesmo sexo e existência de telefone celular, motocicleta e acesso à internet nos domicílios. Já itens considerados obsoletos, como a posse de videocassete, foram retirados do questionário. A divulgação dos dados populacionais do Censo 2010 está prevista para segunda-feira (29).
“Muita coisa mudou, tanto em conteúdo quanto na agilidade para o levantamento de dados. O perfil do questionário foi se transformando, refletindo a própria realidade do país. A principal característica do Censo, no entanto, se manteve, que é relatar o número e a distribuição da população brasileira”, diz ao G1 o presidente do IBGE Eduardo Pereira Nunes.
Confira, edição a edição, as principais mudanças do Censo no Brasil
2010
Entre 1º de agosto e 31 de outubro, mais de 190 mil recenseadores foram às ruas para visitar os 58 milhões de domicílios brasileiros. Os profissionais visitaram as residências uniformizados com colete, boné e crachá. O agente também portou o PDA, computador de mão usado para a coleta de dados em todo o país, pela primeira vez.
2000
Em 2000, o Censo contou 169.799.170 pessoas no Brasil. Surgiram no questionário mais perguntas sobre mortalidade, migração e questões específicas sobre deficiência física, que não existiam em levantamentos anteriores. O Censo pesquisou também quantos alunos havia na rede pública e nas escolas particulares. Pela primeira vez se introduziu a apuração por leitura ótica dos questionários em cinco centros de apuração no país.
1991
O Brasil chegava aos 146.825.475 habitantes em 1991. Segundo o IBGE, o quesito cor, que já havia feito parte do questionário e depois deixou de ser perguntado, voltou a aparecer no Censo. Outra novidade foi a investigação do local de trabalho e mais dados de fecundidade e migração.
1980
O questionário contou, pela primeira vez, com questões sobre “contribuição à previdência” e mais quesitos sobre fecundidade, mortalidade, educação, migração e o trabalho de crianças menores de 10 anos. O centro de informática do IBGE contava com um computador que gravava toda a apuração em fita magnética, dispensando os cartões perfurados usados desde o Censo de 1920. Também pela primeira vez, recenseadores receberam treinamento com técnicas pedagógicas. Eles se apresentavam identificados por crachá e com uma pasta com a logomarca do IBGE. A população do país era de 119.002.706.

O IBGE considera que o primeiro censo no Brasil ocorreu em 1872, quando os questionários eram aplicados por uma direção nacional de estatística, e não ainda pelo instituto. Neste ano, o levantamento contava com perguntas sobre sexo, idade, escolaridade, estado civil, religião e deficiências físicas. O questionário perguntava ainda se a pessoa era livre ou escrava.
No Censo de 1940, primeiro realizado pelo IBGE, voltam dados sobre cor, número de filhos nascidos vivos e mortos, grau de instrução, religião, origem do migrante e do emigrante e idiomas falados no país, que já haviam feito parte da pesquisa, mas deixaram o questionário. Os recenseadores vestiam terno e gravata e levavam pastas de couro com os questionários, que seriam respondidos a mão. O censo deste ano apurou 41.236.315 pessoas no país.
Segundo o IBGE, em 1950 não foram investigadas deficiências físicas. Os recenseadores ainda visitavam as casas vestindo ternos e gravatas e os questionários em papel também eram apresentados em pastas. O Brasil possuía 51.944.397 pessoas.
Em 1960, pela primeira vez o Censo investigava rendimento e desemprego. Também começaram a ser perguntados o tipo e a data do casamento, mas não se investigariam mais os idiomas falados no país. Os cartões perfurados, usados desde 1920, passam a ser processados por um computador. A partir deste cCnso, o terno é abolido. Os recenseadores passam a visitar as casas com suas roupas de uso cotidiano. A população brasileira era de 70.191.370 pessoas.
O quesito cor sai novamente do questionário, em 1970, mas passam a fazer parte do questionário a migração pendular (quando a pessoa estuda ou trabalha em outro município) e o tempo de residência no domicílio. Éramos 93.139.037 pessoas.
Objetivo comum
Os Censos têm por objetivo visitar todos os domicílios do país, mas em toda a operação há um índice entre 2% e 3% de domicílios cujos moradores não são recenseados. "Isso só ocorre por absoluta falta de possibilidade de encontrá-los. Ainda assim, em 2010, o Censo terá três fontes de informações: entrevista a pelo menos um morador do domicílio; respostas enviadas pela internet; e, em caso de domicílios fechados (com evidência de moradores, mas em que ninguém foi encontrado) faz-se uma estimativa", explica Nunes.
Neste ano, o IBGE realiza seu oitavo censo, o décimo segundo do país.
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